quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

O impensável - Enviado por Fialho


Numa noite de Verão de 1961, estava eu de serviço, na Esquadra nº 11 (Estação de Radar de Montejunto) quando esta recebeu um pedido de socorro, de um Aluno Piloto que fazia o seu primeiro voo nocturno, num Harvard T6. Dizia ele que não sabia aonde estava e queria ajuda. Imediatamente, todos os Radaristas, começaram as pesquisas, para o encontrar, o que sucedeu. Tentámos comunicar com ele, por VHF (Very Higt Frequency) rádio compatível com os nossos Radares, mas o mancebo não tinha recepção. Como alternativa tínhamos o Canal A, mas o problema continuou e a única solução seria mudarmos os cristais, em todos os canais de emergência, para podermos comunicar com ele. Aqui a burocracia entrou em jogo, ou seja, os cujos ditos, estavam fechados na gaveta de um Alferes, que vivia no Bombarral, e o nosso Oficial de serviço, para não rebentar com a fechadura, mandou um soldado ,com um jipe, buscar a chave. Entretanto o piloto, gritava e chorava pedindo queo ajudassem e, pelos nossos "scopes" nós víamos o "Blip", próximo da Serra de Sintra e o que não devia suceder sucedeu e ele "espetou-se" contra esta. Quando o soldado chegou com a chave já era tarde e foi uma vida que se perdeu, por causa da estupidez humana. Evidentemente que tudo ficou "Top Secret" e nunca mais falou mais no assunto.
Fialho
OPRDET



domingo, 26 de fevereiro de 2012

Felizmente tudo acabou bem - Enviado por Fialho


"No ano de 1961 chegou a notícia à Esquadra nº 11 (Montejunto) que o Capitão Galvão tinha raptado o navio Santa Maria o que deu motivo a um alerta geral nesta Estação de Radar. Eu estava de serviço e, por volta das três horas da madrugada,  captei, com os outros Radaristas, à altura do Porto, um Avião, que não tinha plano de voo e não se identificava. Pusemos os Scopes em operação IFF, para ver se era amigo, mas o sinal foi negativo. Note-se que, ao fim de três minutos, tirámos-lhe a velocidade  de 590 milhas à hora, pelo que deduzimos que seria um B-57 Camberra, mas o pior foi quando lhe perdemos o contacto, ou seja, quando ele desapareceu dos ecrãs radares, à altura de Santarém, e vinha com o rumo apontado à Estação. Imediatamente, tentámos comunicar com a Ota, para descolar os F-84  e interceptar o mesmo, o que não aconteceu, por as comunicações estarem inoperativas.  Aqui começámos a estar inquietos, pensando que ele vinha-nos bombardear. Depois de uns longos minutos de silêncio, que me pareceram horas, captei o mesmo, junto à costa algarvia, a caminho de Africa. Por uns tempos, pensei que o  Capitão Galvão estava envolvido nisto  e nas  comunicações entre a Estação de Radar e a Base da Ota. Felizmente tudo acabou bem!

Fotos enviadas por - Fialho




quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

AT-1 Ilha do Sal - Carlos Barciela

Carlos Barciela



Em Outubro de 61, fui destacado para o AT-1 na Ilha do Sal, a fim de dar apoio na manutenção dos P2V-5 da Esquadra 61 do Montijo.
 
Duas coisas me surpreenderam, as Camaratas eram de cartão e tinham sido construídas pelas Forças Armadas de Itália quando da 2ª. Guerra Mundial e não eram só as camaratas, o próprio Edifício do Aeródromo e o hotel.
A água canalizada era directamente bombeada do mar, a primeira vez que tomamos banho, sabão e água salgada não liga, o cabelo fica numa pasta que para o limpar era um castigo.