"No ano de 1961 chegou a notícia à Esquadra nº 11 (Montejunto) que o Capitão Galvão tinha raptado o navio Santa Maria o que deu motivo a um alerta geral nesta Estação de Radar. Eu estava de serviço e, por volta das três horas da madrugada, captei, com os outros Radaristas, à altura do Porto, um Avião, que não tinha plano de voo e não se identificava. Pusemos os Scopes em operação IFF, para ver se era amigo, mas o sinal foi negativo. Note-se que, ao fim de três minutos, tirámos-lhe a velocidade de 590 milhas à hora, pelo que deduzimos que seria um B-57 Camberra, mas o pior foi quando lhe perdemos o contacto, ou seja, quando ele desapareceu dos ecrãs radares, à altura de Santarém, e vinha com o rumo apontado à Estação. Imediatamente, tentámos comunicar com a Ota, para descolar os F-84 e interceptar o mesmo, o que não aconteceu, por as comunicações estarem inoperativas. Aqui começámos a estar inquietos, pensando que ele vinha-nos bombardear. Depois de uns longos minutos de silêncio, que me pareceram horas, captei o mesmo, junto à costa algarvia, a caminho de Africa. Por uns tempos, pensei que o Capitão Galvão estava envolvido nisto e nas comunicações entre a Estação de Radar e a Base da Ota. Felizmente tudo acabou bem!
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